Tive o prazer e a honra de ter sido convidado para, no passado dia 9 de Novembro, assistir à final do Concurso Nacional de Etnografia – acima referido – realizado em Lisboa, mais concretamente, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.
Neste evento, apresentaram-se a concurso, os dignos vencedores do apuramento disputado a nível Distrital, para, nessa qualidade, representarem – cada um – o seu Distrito, dos existentes em Portugal Continental (18) e na Ilha da Madeira (1) para, dessa forma, poderem representar condignamente, o seu Distrito. O nosso, o Distrito do Porto, teve como seu representante, o G.R.E. “ As Tricanas Poveiras”, por via de ter sido o vencedor no respectivo apuramento (ocorrido em 25/10 no Auditório da Banda Musical de Melres – Gondomar) entre os representantes dos Concelhos de Amarante, Trofa, Paredes e Penafiel.
Como a intervenção do nosso Grupo estava programada para a tarde desse dia 9 (17 Horas) – foi o 5.º, entre os 11 reservados para depois da manhã -, não tive a oportunidade de assistir à actuação dos outros 8 que, durante a essa mesma manhã, representaram o quadro escolhido para o efeito. Mesmo assim, deu para apreciar e perceber, o quanto de belo me foi oferecido. O nosso Grupo, apresentando uma peça trágica/marítima intitulada “O Nosso Mar” e o subtítulo “Depois da Tempestade vem a Bonança”, teve uma actuação simplesmente… espectacular. A etnografia e a encenação teatral, que foi mostrada a todos os presentes, foram de tal maneira realistas que, no final da sua actuação (todas elas foram comentadas, no final de cada representação, pelo júri presente no Auditório) os três elementos que compunham esse mesmo júri, teceram rasgados elogios ao trabalho por nós produzido, chegando ao ponto, de um deles, pedir autorização ao Grupo para dedicar a cena ali representada, a um seu familiar residente na Praia da Aguda, terra da sua naturalidade. Com tal elogio, aliado ao nosso bom desempenho (sem qualquer penalização), todos nós ficamos com “água na boca” e à espera do almejado 1.º lugar, embora, em abono da verdade, tivessem havido mais uma ou duas representações dignas de ocupar esse lugar.
Depois de terem passado pelo palco os trabalhos apresentados pelos 19 grupos em concurso, o júri, após uma reunião para deliberar em definitivo as respectivas classificações, resolveu entregar o 1.º lugar a uma representação que, na minha opinião – por aquilo que me foi dado aperceber, – apresentou um trabalho que não foi superior a 4 ou 5 outros de maior valia e que, para além disso, deveria ter seguido na íntegra, as recomendações sugeridas e exigidas pelo regulamento. Naturalmente que este meu “desabafo”, trata-se de uma opinião meramente pessoal e, portanto, eventualmente discutível e (ou) subjectiva, pelo facto de, também, não ter assistido à totalidade das actuações.
Como apontamento final e sem pretender ser repetitivo, devo confessar que me agradou sobremaneira a actuação – em todos os aspectos – do G.R.E. “As Tricanas Poveiras” e que o 1.º lugar lhe “assentaria como uma luva”, em vez do 3.º que lhe foi atribuído.
Jorge Silva