Desde o meu tempo de rapaz – incluído o do serviço militar – que tenho gravado no meu subconsciente e, porque não?!…no meu coração, o quanto vale uma criança. Mas, atenção! Ao referir-me ao seu valor, apenas quero referir-me: à sua inocência, à sua fragilidade, à sua doçura, ao seu sorriso, ao seu amor, à sua personalidade e, de certo modo, à sua inteligência. Também desde esse mesmo tempo, o da minha juventude, aquilo que mais ÓDIO me faz sentir – para não dizer PENA, que a meu ver, é um sentimento muito mais acutilante, por haver ”adultos”… que nem crianças sabem ser -. Este pequeno desabafo, apenas serve para desviar o meu pensamento, dos energúmenos – para não lhes chamar “assassinos” – que fazem das crianças os bodes expiatórios das suas frustrações.
Não foi para “desentupir” a minha alma, que resolvi escrever esta pequena reportagem sobre… as minhas crianças. Digo minhas porque, pelo que se vê ou lê em todo o lado: os maus tratos (físicos e psicológicos), a fome, a pedofilia, o servir como “cobaias”, o serem usadas para roubar, o serem obrigadas a mendigar e tudo o mais que lhes é infligido, considero-me – tal como algumas outras pessoas – o “dono” de todas elas, enquanto suas protectoras.
O intróito ou preâmbulo deste escrito – conforme o queiram interpretar – , vem a propósito do convívio natalício que, anualmente, o GRUPO promove (na sua Sede) para as crianças – filhos, netos e bisnetos – D’AS TRICANAS POVEIRAS. Este ano (2012), prestes a findar e que não deixa saudades a ninguém, houve o condão – por força das circunstâncias -, de lembrar as crianças da Casa do Regaço – superiormente dirigida pela Dr.ª Luísa Tavares Moreira (com a ajuda das suas distintas colaboradoras) – que, num abraço de fraternidade, conviveram umas com as outras e a felicidade estampada nos seus rostos, numa alegria – própria de crianças – contagiante.
As meninas e meninos D’AS TRICANAS POVEIRAS, tiveram a oportunidade de darem um passeio pela cidade no comboio turístico – gentilmente cedido pela Associação empresarial – para, de seguida, serem obsequiadas com um pequeno lanche ao som de suaves acordes musicais – apropriados à época natalícia – e o visionamento de alguns filmes infantis e as esperadas prendas do grupo. Dentro desta euforia, surgiu – vestida a rigor – a figura do “Sininho”, representada pela simpática e bonita Glorinha, a distribuir balões e guloseimas a toda a “criançada”.
Conforme o devidamente anunciado, o G.R.E. “AS TRICANAS POVEIRAS”, levou a efeito desde o dia 22 de Novembro, uma campanha de angariação de brinquedos e roupas em bom estado, para os distribuir aos mais carenciados, sendo as crianças da Casa do Regaço algumas das contempladas. Foi precisamente neste convívio, onde todas as crianças receberam prendas, que as protegidas pela Instituição em apreço, receberam algumas das prendas angariadas na mencionada campanha. Assistiram à entrega, a Presidente da Casa na companhia do Presidente da Junta de Freguesia de Terroso, Senhor Joaquim Vilar e do Vice-presidente da Câmara, Eng.º Aires Pereira. Aproveitando a presença do Eng.º Aires Pereira, também Vereador do Desporto, também foram entregues a esta Casa, bolas (usadas) e mochilas de futebol, para os meninos e meninas que participam no Futebol Inter-Freguesias. Em retribuição a estas ofertas, as crianças mostraram a sua grandeza, ao retribuírem a dádiva, com a oferta às Tricanas Poveiras de um presépio, muito bonito diga-se de passagem, confeccionado por elas próprias. São estas atitudes, que definem a grandeza de um POVO, que antes de o ser, as crianças o fizeram aquando o seu desenvolvimento. Por isso, atente-se bem nas respostas a dar, às perguntas ou indecisões por elas manifestadas.
A finalizar este acto social, o Presidente António Pereira agradeceu a presença de todos, principalmente a dos convidados especiais, entregando-lhes algumas lembranças das nossas Poveiras, às quais a Dr.ª Luísa e o Eng.º Aires retribuíram com palavras de muita simpatia, elogiando o nosso gesto e também, na voz Eng.º Aires, o trabalho desenvolvido pela Delegação da Cruz Vermelha, na nossa cidade.
À noite, pais e avós das nossas crianças, reuniram-se à volta da mesa num “comes e bebes” – à custa de cada um – com música própria para abrir o apetite e muita conversa. Houve, como não podia deixar de ser, troca de prendas e algumas peripécias pelo meio.
FESTA DE NATAL PARA TODOS…
Ainda sobre a habitual Festa de Natal com a Família das Tricanas Poveiras, houve reunião no Pavilhão da Escola Rocha Peixoto com uma maratona (das 9 horas ao meio-dia) de futebol de salão (futsal) para todos: veteranos, jovens, femininos e miúdos. Quanto aos resultados dos jogos, ganharam os mais “sarrafeiros”; perderam os mais “botas”; empataram os que gostam de “engonhar”. A vitória para todos, surgiu na mesa com umas boas tripas “à moda do porto”, depois de um revigorante banho de chuveiro. Segundo me informaram, foram classificadas como uma das 5 maravilhas da gastronomia poveira – embora sejam à “moda-do-porto” – com acompanhamento vinícola de uma boa “pomada”. Que pena eu ter “faltado” à chamada!…
O resto da tarde foi vivido com alegria e muita música e, para “deslaçar”, uns joguitos de mesa à mistura, que serviram para encerrar as Festas de Natal das Tricanas Poveiras com os desejos da Direcção para um Santo e Feliz Natal e que todos nós, consigamos “ter peito”, e não só!…para enfrentar o Novo Ano.
Através deste evento, foi cumprido o Plano de Actividades para o ano que agora termina.
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