História
É a 4 de Julho de 1993 que a cidade da Póvoa de Varzim vê nascer o Grupo Recreativo e Etnográfico “As Tricanas Poveiras“. A ideia para a formação do grupo surgiu no culminar de um encontro festivo por altura das festas de S. Pedro em 1993. Percorreu-se assim rapidamente a distância entre uma simples brincadeira e a séria intenção de formar um grupo de danças e cantares que dignificasse o nome da Póvoa de Varzim tanto a nível nacional como internacional.
A Póvoa de Varzim, nas últimas décadas, sofreu um veloz crescimento urbano, que, no entanto não desfigurou o espírito poveiro, altivo e orgulhoso de suas tradições milenares, de sua terra que, enamorando-se da pesca, soube crescer e diversificar as actividades económicas.
Toda a região da Póvoa de Varzim, vivenciando de forma intensa a pesca e a agricultura compreende três formas distintas de subsistência, que são o ancoramento ribeirinho, tendo como actividade exclusiva a pesca; a fixação na orla marítima, onde se granjeia entre o mar e a terra e final a sedentarização interior, enraizada em solo firme. Assim, os condicionalismos geográficos e actividades económicas moldaram diferentes realidades humanas, evidenciando-se o pescador poveiro, que vive em estreita ligação com o atlântico e desconhece quase tudo sobre os segredos da terra e da sua produção; o seareiro comprometido na duplicidade entre a terra e o mar e, finalmente, o lavrador do interior que tem para com o oceano um respeito reservado.
Todas estas realidades acabam por moldar o espirito da terra, estabelecendo a cultura e as tradições que se reflectem nas danças e cantares que o Grupo Recreativo e Etnográfico “AS TRICANAS POVEIRAS” se esforça por divulgar. O recordar e reviver através da graciosidade das melodias dos autores poveiros e do cancioneiro popular são exibidos com encanto nos salões de festas, nos festivais de folclore, nas romarias e até mesmo no teatro de revista.
Existem portanto duas versões das Tricanas, a versão recreativa realça a mulher da Póvoa, “TRICANA POVEIRA” que apresenta o avental multicolor, blusa vistosa de seda ou renda com gola, saia preta travada, meia de vidro com risca e chinelo de tacão fino. A versão etnográfica é bem mais sóbria, mas igualmente rica de beleza e de diversidade ímpar em mostra cultural de etnografia, podem ser apreciados os trajes de trabalho, festa, romaria, noivos, luxo, luto e representações oficiais. Alguns trajes são originais, outros são cópias recolhidas através do Museu Etnográfico da Póvoa de Varzim.