Noite Poveira “Cheira a Maresia”

Obedecendo ao programa de actividades previamente estabelecido com a Câmara Municipal, o nosso Grupo participou – no passado dia 7 de Agosto – numa noite Poveira, tendo como "pano de fundo", o palco instalado no largo do Passeio Alegre.

O local, onde decorreu o evento, não poderia ter sido melhor, visto estar inserido neste espaço, uma das maiores manifestações Culturais da nossa Terra e, porque não?!… do País: a Feira do Livro.

Organizada pelo G.R.E."As Tricanas Poveiras", a "Noite Poveira" de Danças, Cantares e Poesia, teve o sugestivo título: "CHEIRA A MARESIA".

Para que o ambiente tivesse mais odor à maresia, a Instituição "Tricanas Poveiras" – numa atitude digna de todos os louvores – convidou o Rancho Tricanas da Lapa para, numa parceria ímpar e a todos os títulos meritória, dar o verdadeiro cheiro do mar da nossa Póvoa.

Esta atitude, aliada à postura e dignidade que ambos os Grupos assumiram no seu desempenho, é a prova inequívoca, de como é possível uma sã e feliz convivência entre Associações que desenvolvem o mesmo tipo de Cultura, o que, naturalmente, prestigia os próprios intervenientes e, como não poderia deixar de ser, todos os Poveiros que amam a sua cidade.

A ladear a frente do palco, estavam: de um lado, um casal de pescadores a consertar as suas redes; no oposto, duas pescadeiras, desempenhando o mesmo trabalho. Estes figurantes (os quatro) encontravam-se trajados ao rigor da época (anos 30, 40 e 50), tendo como agradáveis companhias (de um lado e doutro) outras duas figuras, também importantes na nossa sociedade, só que estas, em vez de serem pescadores, foram distintos intelectuais: Eça de Queiroz e Fernando Pessoa, representadas por António Costa e Armindo Renato, respectivamente. Além de diversas redes, outros apetrechos – outrora usados pelos nossos pescadores – foram utilizados na ornamentação do espaço a ser ocupado por ambos os Ranchos, dando assim, maior brilho ao que ali se iria passar.

O espectáculo iniciou-se com a entrada em palco dos Ranchos Tricanas da Lapa e Tricanas Poveiras – lado a lado – e, depois de ser feita a respectiva apresentação dos Grupos e respectivo programa, a dança… começou. Com actuações alternadas, o momento mais notado, foi aquele em que os elementos das Instituições intervenientes, trocaram de pares para, numa demonstração de autêntica camaradagem, dançarem em conjunto, as músicas, ora de um, ora de outro Grupo. Esta cena, repetiu-se por duas ou três vezes. Foi bonito assistir-se, a tão grande lição de… Dignidade.

O tempo dispensado à alternância de ambos os Grupos, os chamados "tempos mortos", foram preenchidos com a declamação de poesia – dedicada à Póvoa e aos pescadores – , pela Poveira Albina Dias, também autora dos poemas recitados.

No cômputo final, e também, tomando em devida conta a receptividade do muito público presente, demonstrada através dos constantes e prologados aplausos a premiar as actuações, o espectáculo foi um êxito absoluto, abrindo grandes hipóteses para uma repetição no próximo, não só pela qualidade do espectáculo, mas principalmente, pela demonstração em público, de uma atitude de Personalidade e Dignidade que, quer queiramos ou não, é muito difícil encontrar-se na sociedade de hoje e nos dias que, a uma velocidade louca, não nos dá um momento de sossego.

PARABÉNS, a ambas as Instituições de Cultura: Tricanas da Lapa e Tricanas Poveiras.

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